No Post de ontem dei a dica de um livro, mas como um Post só ia ficar enorme, deixei a ultima parte para hoje.
É um menino! É um menininho!Eu olho para o bebê, careca, enrugado e amarrotado como um velho - e uma química acontece dentro de mim. Esta coisinha, ele, o bebê eu quero dizer. Parece que é o bebê mais lindo que já existiu.
Mas será realmemte esta coisinha, o bebê mais lindo que já existiu? Ou será que é minha programação biológica fazendo das suas? Será que todo mundo não se sente assim? Até os pais dos bebês feiosinhos? Será que o nosso bebê é tão lindo assim?
Mas aí o bebê acorda e começa a berrar por comida, e nós - eu e a melhor que amo - começamos a rir, um riso solto de espanto e admiração!
Mais tarde chegam os meus pais.- Ele é uma coisinha - diz minha mãe. - Uma coisinha linda!
Meu pai tem muitas coisas boas, mas não é um homem meigo, um homem sentimental. Ele não brinca com os bebês na rua. As coisas pelas quais ele passou na vida o tornaram um homem duro também. Mas, hoje, um pouco do gelo que ele carrega dentro de si começa se quebrar, algo dentro dele parece derreter, e eu acho que ele sente isso também. É o bebê mais lindo do mundo!
Meu pai tem muitas coisas boas, mas não é um homem meigo, um homem sentimental. Ele não brinca com os bebês na rua. As coisas pelas quais ele passou na vida o tornaram um homem duro também. Mas, hoje, um pouco do gelo que ele carrega dentro de si começa se quebrar, algo dentro dele parece derreter, e eu acho que ele sente isso também. É o bebê mais lindo do mundo!
Todas aquelas coisas tidas como marcos da masculinidade - A perda da virgindade, a carteira de motorista, o primeiro voto, não foram senão os bairros periféricos da minha juventude. Eu passei por tudo isso e saí do outro lado fundamentalmente o mesmo, ainda um menino.
Mas agora eu ajudei a trazer alguém ao mundo.
Hoje eu me tornei aquilo que meu pai sempre foi.
E eu sei que hoje fiquei mais parecido com ele.
Hoje eu sou pai também.
Hoje eu me tornei um homem.
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